A
mastite é um fator determinante na qualidade do leite e muito importante sob o
ponto de vista econômico, por aumentar os custos de produção e diminuir a
produtividade. Redução na produção de leite, descarte do leite, aumento da
necessidade de reposição de matrizes, decréscimo no valor de venda dos animais,
custos com assistência veterinária, medicamentos e aumento da necessidade de
mão-de-obra são alguns dos fatores que determinam as perdas econômicas
ocasionadas pela mastite.
A
qualidade de leite é questão primordial para assegurar uma maior inserção do
setor leiteiro brasileiro no mercado internacional, ampliar as possibilidades
de desenvolvimento e das atividades comerciais no mercado interno, beneficiando
todos os elos da cadeia produtiva – produtor, indústria e consumidor final.
Devido à relevância deste problema, a adoção de práticas que auxiliem no
controle da mastite e na melhoria da qualidade do leite é de fundamental
importância. Segue algumas ações para atingir a produção de leite com elevada qualidade:
1-
Higiene e conforto no ambiente de permanência dos animais: O local onde
encontra-se os animais deve ser o mais limpo e confortável possível, reduzindo
a chance do animal se infectar no intervalo das ordenhas.
2-
Adequada rotina de ordenha: Para realizar uma ordenha de forma efetiva e evitar
a contaminação da glândula mamária, é primordial que os tetos estejam secos e
muito limpos. A rotina se inicia com o teste da caneca de fundo escuro,
objetivando a observação de grumos no leite e possibilitando o diagnóstico
precoce de mastite clínica. O passo seguinte é a imersão dos tetos em solução
desinfetante, pré-dipping durante uns trinta segundos, seguido de secagem dos
tetos com papel toalha descartável. Esta ação visa reduzir a incidência de
patógenos ambientais que estão aderidos à parte externa do teto e que poderiam
penetrar na glândula durante a ordenha.As teteiras são acopladas e, após a
ordenha completa, devem ser retiradas e os tetos passarão por uma nova imersão
em solução desinfetante, o pós-dipping. Essa última eta pa visa eliminar
agentes de mast ite contagiosa que são transmitidos de animais infe ctados para
sadios durante a ordenha por meio do equipamento e das mãos dos ordenhadores.
3-
Bom funcionamento dos equipamentos de ordenha: O aumento da ocorrência de
mastite pode estar associado diretamente ao funcionamento do equipamento de
ordenha e ao desrespeito aos procedimentos básicos na limpeza dos mesmos. O
equipamento de ordenha pode estar ligado à ocorrência de mastite pelos
seguintes motivos: facilidade de transferência de bactérias entre vacas durante
a ordenha, principalmente em teteiras velhas e desgastadas, que desenvolvem
rachaduras, facilitando a colonização e manutenção de patógenos; aumento de
lesões na pele e extremidade do teto por sobreordenha (permanência das teteiras
no teto após o término do fluxo de leite) ou má regulagem do nível de vácuo;
aumento da entrada de bactérias no teto pelo refluxo de leite em casos de
flutuações intensas de vácuo.& lt; /span>
4-
Tratamento imediato de casos clínicos: Após a detecção de mastite clínica no
teste da caneca de fundo escuro, o animal deve ser tratado o mais rápido
possível, aumentando as chances de cura.
5-
Tratamento de vacas secas: É fundamental o tratamento de todos os quartos à
secagem com um produto especialmente formulado para este fim. Previne contra a
ocorrência de novas infecções durante o período seco e aumenta a taxa de cura
de infecções remanescentes da lactação.
*Médica
Veterinária Patrícia Vieira Maia, especialista em pecuária leiteira.
Trabalho de
consultoria da ReHAgro – Núcleo de Qualidade do Leite