quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Boas práticas para a produção leiteira



A mastite é um fator determinante na qualidade do leite e muito importante sob o ponto de vista econômico, por aumentar os custos de produção e diminuir a produtividade. Redução na produção de leite, descarte do leite, aumento da necessidade de reposição de matrizes, decréscimo no valor de venda dos animais, custos com assistência veterinária, medicamentos e aumento da necessidade de mão-de-obra são alguns dos fatores que determinam as perdas econômicas ocasionadas pela mastite.

A qualidade de leite é questão primordial para assegurar uma maior inserção do setor leiteiro brasileiro no mercado internacional, ampliar as possibilidades de desenvolvimento e das atividades comerciais no mercado interno, beneficiando todos os elos da cadeia produtiva – produtor, indústria e consumidor final. Devido à relevância deste problema, a adoção de práticas que auxiliem no controle da mastite e na melhoria da qualidade do leite é de fundamental importância. Segue algumas ações para atingir a produção de leite com elevada qualidade:

1- Higiene e conforto no ambiente de permanência dos animais: O local onde encontra-se os animais deve ser o mais limpo e confortável possível, reduzindo a chance do animal se infectar no intervalo das ordenhas.

2- Adequada rotina de ordenha: Para realizar uma ordenha de forma efetiva e evitar a contaminação da glândula mamária, é primordial que os tetos estejam secos e muito limpos. A rotina se inicia com o teste da caneca de fundo escuro, objetivando a observação de grumos no leite e possibilitando o diagnóstico precoce de mastite clínica. O passo seguinte é a imersão dos tetos em solução desinfetante, pré-dipping durante uns trinta segundos, seguido de secagem dos tetos com papel toalha descartável. Esta ação visa reduzir a incidência de patógenos ambientais que estão aderidos à parte externa do teto e que poderiam penetrar na glândula durante a ordenha.As teteiras são acopladas e, após a ordenha completa, devem ser retiradas e os tetos passarão por uma nova imersão em solução desinfetante, o pós-dipping. Essa última eta pa visa eliminar agentes de mast ite contagiosa que são transmitidos de animais infe ctados para sadios durante a ordenha por meio do equipamento e das mãos dos ordenhadores.

3- Bom funcionamento dos equipamentos de ordenha: O aumento da ocorrência de mastite pode estar associado diretamente ao funcionamento do equipamento de ordenha e ao desrespeito aos procedimentos básicos na limpeza dos mesmos.  O equipamento de ordenha pode estar ligado à ocorrência de mastite pelos seguintes motivos: facilidade de transferência de bactérias entre vacas durante a ordenha, principalmente em teteiras velhas e desgastadas, que desenvolvem rachaduras, facilitando a colonização e manutenção de patógenos; aumento de lesões na pele e extremidade do teto por sobreordenha (permanência das teteiras no teto após o término do fluxo de leite) ou má regulagem do nível de vácuo; aumento da entrada de bactérias no teto pelo refluxo de leite em casos de flutuações intensas de vácuo.& lt; /span>

4- Tratamento imediato de casos clínicos: Após a detecção de mastite clínica no teste da caneca de fundo escuro, o animal deve ser tratado o mais rápido possível, aumentando as chances de cura.

5- Tratamento de vacas secas: É fundamental o tratamento de todos os quartos à secagem com um produto especialmente formulado para este fim. Previne contra a ocorrência de novas infecções durante o período seco e aumenta a taxa de cura de infecções remanescentes da lactação.
*Médica Veterinária Patrícia Vieira Maia, especialista em pecuária leiteira.
 Trabalho de consultoria da ReHAgro – Núcleo de Qualidade do Leite